Escrava
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor,
Eu te saúdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!
Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a Terra e o Mar,
Plos séculos dos séculos sem par,
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor!Eu, doce e humilde escrava, te saúdo,
E, de mãos postas, em sentida prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.Ah! esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a eternidade!...
Florbela Espanca
Pode parecer desajustado um poema assim num blogue de um submisso. Mas um submisso também pode sonhar através dos versos de uma mulher submissa...basta alterar os sexos... O desejo de submissão, esse, é o mesmo!
Etiquetas: Florbela Espanca, Poesia
8 Comments:
Nada desajustado...
Poema muito sentido e bonito. Boa escolha.
;*
:)
Eu adoro a poesia de Florbela Espanca. Não deixa de ser curioso o apelido dela...
Kiss
Passei por aqui e parei, olhei e gostei: Boa escolha, eu já me tinha lembrado também de postar 1 poema dela.Vou voltar...
Beijo
As palavras têm o valor que lhes forem aplicadas...Nem tudo tem que ser obvio!! A escolha deste poema só revela o teu bom gosto...
;) Miauu*
veva,
eu ainda vou voltar aos poemas dela, estes bem merecem!
Fico a aguardar mais visitas tuas.
Kiss
Cat,
:)
Gosto dos teus elogios mas ainda mais do teu miaauuu ;)
Kiss
Nada contraditório... Eu escrevo textos de submissa mas sou um também dominadora... Florbela Espanca é das minhas autoras favoritas...Gosto excelente...
Foxylady :)
Depois do bom acolhimento da poetisa portuguesa, prometo, para breve, mais um poema dela.
Uma perguntinha para ti ;)
Isto dos rótulos por vezes é irrelevante, mas actualmente consideras-te uma switcher?
Enviar um comentário
<< Home