quinta-feira, agosto 31, 2006

Corpete

A origem da palavra corset deve-se à junção de duas palavras francesas: “corps” e “serrer”. Esta última palavra é um verbo e significa que algo está fortemente apertado ou contido. Este algo, neste caso, é o corpo humano.

O primeiro corpete a apresentar atilhos aparece no século XIV, no reinado de Isabel da Baviera. A Catarina de Medici, Rainha de França, introduz o corpete de aço, coberto com veludo, seda ou outros materiais. Independentemente da época, do nome ou dos materiais utilizados, a ideia por detrás do corpete sempre foi poder mostrar uma cintura fina elegante.

Ao longo da história o corpete teve períodos de verdadeira euforia e outros em que foi rejeitado e mesmo proibido. Em 1559, por exemplo o Imperador José da Áustria proibiu que as mulheres jovens usassem o corpete e ameaçou mesmo com excomunhão aquelas que não acatassem a ordem. Outro período difícil para o corpete foi a época da Revolução Francesa, onde simplesmente desapareceu.

Mas na história nada é definitivo e na década de 1810 o famoso “la Ninon” fazia furor. Trata-se do original cintura de vespa, um corpete em peça única atado atrás. O período mais facilmente associado à história do corpete é a época Vitoriana em Inglaterra. No entanto também esse fulgor acabou. Uma das grandes responsáveis por isso foi Coco Chanel, que mostrou que uma mulher podia ser elegante sem precisar de vestir um corpete.

Nos anos 90, ironicamente, costureiros franceses, como Jean-Paul Gaultier deram uma nova vida ao corpete. Não para voltar a apertar o corpo das mulheres, mas para homenagear este mesmo corpo. O corpete tornou-se assim um produto apetecível pela moda e assumiu aquilo que provavelmente sempre foi: um dos vestuários mais fetichistas alguma vez criado.

A diferença entre o corpete e o espartilho é que, enquanto o primeiro cobre também os seios e as ancas, o segundo cobre apenas a cintura.

Nota: Texto escrito após uma ordem de Nefer.

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terça-feira, agosto 29, 2006

Baunilha II

Para a naturista:

Parece que o problema é a palavra convencional ;)

Quando eu afirmo que o sexo baunilha é convencional, é porque, a generalidade das pessoas o pratica, ao contrário do BDSM. Claro que dentro da sexualidade baunilha também existem grandes diferenças. E nem todas são praticadas pela maioria da população. Isto não implica nenhuma desvalorização do sexo baunilha. O facto de um ser mais praticado do que o outro, não tem mal nenhum. E se o BDSM é menos praticado, isso deve-se às nossas próprias barreiras. A mente joga um papel fundamental neste tipo de sexualidade, pois é ela que consegue tornar um acto de violência física ou uma ordem numa fonte de prazer. É este passo que os “baunilhas” não dão, ficando assim privados deste tipo de sexualidade.

A necessidade, por exemplo, de dor ou de restrição de movimentos que os submissos querem, e por outro lado, o prazer de infligir dor ou restringir a liberdade, no caso dos dominadores, causa desconforto a quem não se revê neste tipo de sexualidade. Num planeta em que todos lutamos pelo nosso espaço, pela nossa liberdade, não é simples perceber a necessidade do BDSM na vida daqueles que o praticam. Mas tudo se passa a nível mental. O mesmo submisso que deseja ser amarrado e deixado assim pela sua Domme, de certeza que não quer passar pela mesma experiência num assalto. Aquilo que se passa é que o submisso escolhe – é um acto de liberdade dele – quem lhe dá ordens, o irá privar da liberdade ou usar o seu corpo. É o submisso que escolhe dar-se. Entrega-se a uma Domme e isto proporciona-lhe prazer. Mas ao dar, o submisso sabe que também irá receber, talvez não saiba é muito bem o quê lol É essa simbiose que torna o BDSM tão atraente, para quem está envolvido. É também ele que impõe os limites, embora no decorrer de uma relação estes possam ser esticados – e segundo parece, são-no porque o próprio submisso, mais tarde, implora por isso lol

Num assalto, o stress a que a vítima é sujeita deixa marcas para toda a vida. E, por vezes, a violência até pode ser maior numa relação BDSM. A diferença está que o assaltante nunca se preocupa com a vítima. Não há aqui nenhuma relação. Pelo contrário, o elemento dominador da relação preocupa-se com o seu submisso. Mesmo que o abandone, vendado, numa sala, teve o cuidado prévio de verificar se ele não corre mesmo nenhuma espécie de perigo. E, quando lá voltar, quer saber se o seu submisso retirou prazer daquilo a que se sujeitou.

E a Domme? Esta não existe para servir as fantasias masculinas. A ideia da submissão masculina é este servir a Dona e não o contrário. Assim, é necessário que a Domme e o seu submisso encontrem afinidades e empatia, de modo a garantir que a relação BDSM possa progredir. Caso contrário, esta pode ficar refém da incompreensão da Domme e do egoísmo do submisso. Um desperdício, pois o BDSM pode ser uma actividade muito divertida quando a Domme joga com o desejo do seu submisso. Viva a imaginação!

Este desejo de posse e dádiva, dominação e submissão, dor e prazer escapa ao universo baunilha. Isto não significa que um tipo de sexo seja melhor do que o outro, até porque a maioria dos praticantes de BDSM também gosta da sexualidade baunilha, simplesmente uns procuram algo que não encontram na sexualidade tradicional. Talvez a ponte de contacto entre ambos esteja no fetichismo. A roupa fetichista também exerce um forte desejo nas mulheres baunilhas e só assim se explica, por exemplo, o sucesso das botas como calçado de eleição entre as mulheres.

Espero, desta vez, ter conseguido explicitar melhor as diferenças entre sexo baunilha e BDSM ;)

Para a Nefer:

Claro que o adepto de BDSM também pratica a sexualidade baunilha e portanto “consome aquilo que já conhece” mas numa dada altura da vida quis ir em busca de um novo sabor que lhe despertava a atenção. É essa a diferença. Os “baunilhas” por várias razões não exploram sabores kinky. Perdem assim o prazer de vir a conhecer o sabor do milho verde.

: p

Para a Dark Princess:

Segundo parece, o sucesso do sabor baunilha advém, precisamente, dessa neutralidade que lhe permite ser misturado com outros sabores mais fortes. O gelado de baunilha é assim uma espécie de base, como a pizza Margarita. Mas eu também prefiro o chocolate à baunilha ;)

O submisso!

sábado, agosto 26, 2006

Baunilha

O termo baunilha é utilizado para caracterizar quem tem gostos convencionais ou é menos dado a experimentar novas ideias. Esta associação teve a sua origem nos Estados Unidos, por analogia com os sabores dos gelados. Um gelado de baunilha é o sabor mais tradicional e é consumido pela generalidade das pessoas. Assim, quem prova esse sabor, prefere consumir aquilo que já conhece, em vez de procurar novos sabores. Fazendo a analogia com o sexo, um “baunilha” fica-se apenas pela sexualidade convencional. Já um adepto de praticas BDSM, vai para além deste, procurando o sabor kinky.

Há, no entanto, quem afirme que este termo surgiu do mundo da tecnologia. Um PC “baunilha” é um computador com o mínimo necessário para funcionar, sem qualquer acessório High-Tech. Espero ter esclarecido a minha amiga naturista. :)

sexta-feira, agosto 18, 2006

De volta...

quarta-feira, agosto 02, 2006

Férias!