quarta-feira, maio 31, 2006

Diz tudo o que te vier à cabeça

Anda por ai um anúncio da TMN com este título. Quem já o viu sabe que cada homem exibe um sorriso de suprema felicidade, depois de levar um sonante estalo na cara da mulher com quem está falar :)

Mais um exemplo do imaginário BDSM a invadir a publicidade. Podiam-me ter convidado para participar neste anúncio... :p

sábado, maio 27, 2006

Elise Sutton: Female Domination #1

Já conhecia há bastante tempo a página dedicada à dominação feminina de Elise Sutton. Finalmente decidi-me a fazer o download neste sítio. O livro em formato pdf custou-me $14.99 e merece-o inteiramente. Já li uma série de páginas e vou colocar aqui vários excertos nas próximas semanas. Para despertar o apetite começo com isto:
In my opinion, the couples that practice Female domination today are in front of the societal curve. Female Domination and male submission will be the foremost sexuality of the future. I believe that a majority of a women still consider kinky and unusual today, these same women will embrace it in the future. Furthermore, their daughters will be stretching the limits and boundaries of female domination in areas that we cannot imagine today.

(pp. 17)

What women must keep in mind about Female Domination is the fact that men need it. It is almost always the man who will introduce the female domination lifestyle to the woman. A courageous man with submissive desires introduces female domination to his female partner. Why do men do this? It’s because men desire and need to be in submission to women. No matter how hard society or religion tries to tell men differently, something deep inside of them yearns to surrender to a powerful woman. These desires grow stronger with age and men will spend countless hours dreaming and fantasizing about Female Domination. Men will pursue these desires and struggle with these desires trying to come to terms with them but sadly a man will not come to terms with these desires until he truly has a relationship with a woman that can explore these desires with him in a loving manner.

(pp. 25)

terça-feira, maio 23, 2006

The 25 Sexiest Novels Ever Written

A Playboy publicou uma lista dos 25 livros mais sexys de sempre. Alguns dos livros escolhidos abraçam o BDSM. Todas as listas são discutíveis e obviamente cada um de nós alteraria sempre um título ou outro. Mas a minha grande crítica vai para a não inclusão de nenhuma história que adopte a relação Senhora/escravo. Apenas o ponto de vista do Dominador/submissa é abordado. E a perspectiva oposta? Será possível esquecer a Vénus das Peles numa lista destas? Mas de qualquer forma aqui está o link.

sábado, maio 20, 2006

Contos BDSM

Se gostarem, tanto como eu, de contos BDSM, podem deliciar-se com este sítio brasileiro. Também visito um sítio em inglês com actualizações constantes.

Digam-me também quais os sites de contos que visitam.

quarta-feira, maio 17, 2006

Venus In Furs

Nunca me hei-de cansar de ouvir isto:

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Clubs and bells, your servant, don’t forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

Downy sins of streetlight fancies
Chase the costumes she shall wear
Ermine furs adorn the imperious
Severin, severin awaits you there

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Kiss the boot of shiny, shiny leather
Shiny leather in the dark
Tongue of thongs, the belt that does await you
Strike, dear mistress, and cure his heart

Severin, severin, speak so slightly
Severin, down on your bended knee
Taste the whip, in love not given lightly
Taste the whip, now plead for me

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Severin, your servant comes in bells, please don’t forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

(in The Velvet Underground & Nico de The Velvet Underground, 1966)

terça-feira, maio 16, 2006

Gathering Party 9 - Report

Só posso comparar esta Gathering, na Caixa Económica Operária, com as Gatherings que se realizaram no Cais do Sodré. Eu diria que a festa melhorou em todos os aspectos. A começar pelo espaço, passando pela maior assistência, maior exuberância dos participantes e o melhor de tudo é que, perante tanta excitação, as próximas festas prometem ser ainda melhores. A Gathering atingiu o ponto de não retorno.

Pela primeira vez foi possível assistir a uma performance (na realidade duas) de uma vedeta internacional como Rubberella. Pessoalmente preferi a primeira, onde vemos desaparecer completamente a Rubberella num balão. Só a conseguíamos vislumbrar quando esta surgia perto da superfície que a envolvia. Foi um espectáculo totalmente conseguido, pois eu e creio qeu todos os presentes só tinham olhos para a beleza e erotismo da actuação de Rubberella. A Mistress Shane passeou a sua elegância pela festa e só fiquei com pena de esta não ter actuado.

Mas nem só de importações vive esta festa. Os dois shows da Ágata foram deslumbrantes e no último eu só queria que o passeio dela com “punitive shoes” não acabasse… E aquele leve sorriso permanente leva-nos a desejar assistir o mais rapidamente possível a mais actuações dela.

Tal como nas Gatherings anteriores a que eu assisti o Cordinhas exibiu a sua arte, embora desta vez tivesse de levantar a sua criação em peso.

Entre cada performance havia muita conversa, poses, olhares indiscretos, tímidos, momentos animados de dança e muitos shows espontâneos. Pessoalmente não me importava que a próxima Gathering mantivesse o mesmo espaço, mas os organizadores que decidam e venha ela!

Depois do jornal Público ter dedicado duas páginas à abertura do bar Justine no Porto, veio na edição de ontem uma reportagem desta festa. A continuar assim o Público arrisca-se a ser o órgão de comunicação oficial da comunidade BDSM :)

sábado, maio 13, 2006

A baronesa astuta

- Enfureceis-me, declarou energicamente a jovem, apetecia-me chicotear-vos, tal como a Vénus de peles flagelaria o seu escravo.

- Permiti-me então que seja o vosso escravo, disse o financeiro, será com prazer que suportarei tudo o que vos aprouver fazer-me sofrer…Realmente, com esta zibelina e um chicote na mão, encarnareis magnificamente a cruel heroína dessa história.

A baronesa contemplou por um momento o seu interlocutor e esboçou um sorriso característico.

«Então, retorquiu, fica entendido que, se eu aceitar, permitireis que vos chicoteie?

- Com prazer!

- Muito bem! Dar-vos-ei vinte e cinco chicotadas e depois da vigésima quinta receberei as vossas homenagens.» (…)

O apaixonado deixou tranquilamente que esta nova Dalila lhe prendesse as mãos atrás das costas e, a uma ordem sua, ajoelhou-se. Ela levantou o chicote e, vigorosamente, aplicou-lhe uns bons golpes.

«Mas isso dói horrivelmente, gritou o pobre.

- Pois claro, ripostou ela num tom trocista; é preciso que doa.» E continuou a chicoteá-lo sem piedade.

O pobre insensato gemia de dor, mas consolava-se com a ideia de cada golpe recebido era mais um passo em direcção à felicidade.

Ao vigésimo quarto golpe, a jovem largou o chicote.

«Mas apenas me haveis dado vinte e quatro chicotadas, disse o Céladon flagelado.

- Oh bem sei, respondeu a rir-se o gentil carrasco; mas dispenso a vigésima quinta.

- Sois então minha, gritou o financeiro doido de alegria; sois toda minha!

- Mas o que é que se passa convosco?

- Não me deixei chicotear?

- Sem dúvida que sim, mas não prometi escutar-vos após o vigésimo quinto golpe? Ora vós só haveis recebido vinte e quatro chicotadas, disse a cruel beldade.»

(in Martscha e outros contos de Leopold Von Sacher-Masoch, Usus Editora, 1993)

sexta-feira, maio 12, 2006

Dona e companheira

É precisamente esta combinação que ambiciono para a minha Deusa. Dona no sentido em que será ela a dominar a relação. Será a ela que eu me sujeitarei. Submissão que será mais do que um jogo e prolongar-se-á para lá da sessão.

Mas numa relação duradoura é inconcebível vê-la sempre com uma pose austera, inacessível e a determinar tudo. É ai que entra a companheira. A mulher que quer estabelecer uma grande intimidade com o seu parceiro; que quer ao seu lado um parceiro válido, para, em conjunto, resolverem os problemas que afectam qualquer relação.

A Dona que tem confiança suficiente em si própria para se poder dar ao luxo de também exibir frontalmente as suas fragilidades e indecisões. Tal como um escravo acéfalo e totalmente desprovido de direitos também não é realista. Só um submisso com personalidade poderá ajudar a sua Dona a crescer enquanto tal. A Dona e o submisso constroem-se mutuamente.

Em geral imagina-se sempre uma dominadora trajada a rigor. Mas a submissão pode muito bem passar por oferecer à minha Dona “apenas” uma noite romântica e cheia de adoração. O submisso necessita de satisfazer a sua Dona, de ser moldado pelo seu Universo. Sem nunca, no entanto, perder a centelha que o identifica e distingue de todos os outros.

Entre cada chicotada, que maior prémio pode haver do que um beijo terno e apaixonado da sua Dona e companheira?

quarta-feira, maio 10, 2006

Faltam três dias...

Vou estrear estas calças em PVC na Gathering.

terça-feira, maio 09, 2006

Bob Flanagan & Sheree Rose

A vida de Bob Flanagan parecia inicialmente estar destinada a ser breve e cheia de sofrimento devido a uma doença degenerativa. Na realidade ele tornou-se o doente que mais resistiu a essa doença. A convivência com a dor e o desconforto, devido à sua doença, começou muito cedo. Talvez por isso Flanagan desenvolveu uma intimidade com a dor. Em 1981 foi um dos fundadores do Grupo BDSM ‘The Society of Janus’ de Los Angeles. Em 1982 casa com a sua parceira e dominadora Sheree Rose e em 1989 deixa o anonimato com uma famosa performance onde prega o seu próprio pénis a uma tábua enquanto conta anedotas.

Nos últimos anos de vida foi acompanhado pelo realizador Kirby Dick que fez um documentário sobre o seu estilo de vida intitulado Sick:The Life and Death of Bob Flanagan, Supermasochist. Este DVD foi editado na Europa pelo BFI. A editora norte-americana RE/Search publicou um livro de entrevistas a Bob Flanagan.

Bob Flanagan morreu em 1996. Podem saber mais detalhes sobre o casal aqui.

segunda-feira, maio 08, 2006

Chicote artesanal

Escolhi este título para o meu blogue porque associa o imaginário BDSM com algo único e impossível de reproduzir. A expressão que acompanha o blogue pretende justamente sublinhar o facto de cada jornada ser única. Isso significa que de certeza cada dominador(a) e submisso(a) têm os seus pontos de vistas sobre o BDSM. Por vezes isso levará a conversas, discussões e sessões profícuas para todos, mas noutros casos provavelmente as diferenças serão tantas que não será possível caminharem lado a lado. É por isso que sempre me fez confusão aquele tipo de submissos que está disposto (ou diz estar…) a entregar-se a uma mulher, simplesmente por esta ser dominadora, sem saber nada sobre ela. Uma simples relação baunilha já é suficientemente complicada, na medida em que implica cedências e partilhas que nem sempre são bem aceites, mas numa relação BDSM essas cedências e partilhas são levadas a um patamar superior: são uma das traves mestras da relação. Se esta vai exigir tanto do submisso como é possível ele não querer conhecer o melhor possível aquela que o vai dominar? Uma relação, que naturalmente terá altos e baixos, deve assentar num amplo conhecimento mútuo. Será muito difícil compreender um casal BDSM que fale abertamente da sexualidade mas depois seja omisso noutros detalhes essenciais para a criação de uma relação transparente.

A inspiração para este título veio também da Comédia de Deus de João César Monteiro. Nesse filme os gelados que todos queriam eram únicos e irrepetíveis. Eram confeccionados de acordo com uma receita singular. Mais uma vez temos o elogio do artesanato sobre a industrialização que tudo uniformiza.

sábado, maio 06, 2006

The Gathering Party 9

É já no próximo sábado que terá lugar a The Gathering Party 9. Será a terceira vez que participo numa. Contudo esta será a primeira vez que irei participar com roupa a condizer. A festa do dia 13 de Maio (deve haver por lá muitas meninas religiosas) conta com atracções internacionais como a Mistress Shane e a Rubberella. Vai ser muito interessante vê-las ao vivo.

Mas mais do que assistir a shows de dominação eu quero principalmente conhecer Dommes portuguesas. A Gathering é o local ideal para isso. Por muito que as conversas no chat estejam na moda eu continuo a preferir uma boa conversa olhos nos olhos.

quinta-feira, maio 04, 2006

Sardax

Quando falamos em cartoons sobre dominação feminina, dois nomes surgem imediatamente: Sardax e Eric Stanton. Hoje apetece-me escrever sobre o primeiro. Para apreciar a arte do primeiro podem vasculhar a net ou pagar uma mensalidade aqui.

O prestígio de Sardax aumenta a cada desenho que faz. Muitas mulheres já tiveram o prazer serem desenhadas por ele. Desde dominadoras profissionais até às que vivem simplesmente a dominação feminina. As mulheres deste vão da dominadora de chicote até à Senhora de pose aristocrática. Da mulher que dá ordens àquela que utiliza o seu submisso como tapete. Podem ter vários homens à sua disposição ou deliciar-se entre elas com um único submisso. É um mundo onde os homens são atraídos para mulheres das quais não conseguem nem querem escapar. Neste mundo elas são estrelas que iluminam os homens-planetas.

Escolhi este desenho porque ele mostra que a mulher não necessita de ter um chicote ou um corpete de cabedal para poder dominar o seu submisso. A entrega deste é antes de mais à mulher que ela representa. Claro que a maioria dos submissos, entre os quais eu me incluo, gosta de ver uma Dona fetichista, mas, pelo menos para mim, há um fascínio pelo universo feminino e pelo modo como estas agem. A sensibilidade, a graciosidade, a coragem de mostrarem o que lhes vai na alma, o olhar perscrutador e luminoso, a proverbial capacidade para falar, falar, falar…

Talvez o melhor exemplo desta filosofia esteja na capa do livro de Elise Sutton. Um homem nu oferece uma flor à sua Dona. Com isto percebe-se que a submissão daquele homem continuará mesmo depois dela arrumar o chicote e despir o corpete.

Quem quiser conversar com Sardax só tem de ter o ICQ instalado.

quarta-feira, maio 03, 2006

Cinema #1